Sem acordo, Prefeitura propõe comissão para discutir a escala de trabalho

12 horas de trabalho por 60 de descanso ou jornada 4 por 2? Nenhum dos dois modelos, por enquanto. Os servidores de Curitiba e a Secretaria de Saúde não chegaram a um acordo quanto à escala a ser adotada nas UPA’s e nas Unidades Básicas. Em reunião realizada na tarde de hoje (07) os trabalhadores negaram a escala proposta da gestão e reforçaram o desejo de uma jornada 12 por 60 também no período diurno (UPA’s fazem essa jornada à noite). Por outro lado, o secretário de saúde Adriano Massuda se posiciona contrário ao modelo. Diante do impasse, foi feita a proposta de formação de uma comissão paritária para apontar o regime de escala definitiva a ser adotada em 2014. Tanto a criação da comissão como o  possível resultado por ela apresentado dependem de aprovação em assembleia. Mesmo assim, a greve marcada para o dia 15 de outubro segue mantida.


Para Massuda, o que inviabiliza a jornada de preferência dos servidores é a não criação de vínculo com os pacientes. “Não há como a gente organizar uma escala 12 por 60 para as UPA’s. Se a gente organizar o conjunto dos trabalhadores, a gente não consegue criar organização de vínculo e de equipe. Não dá pra comparar com a escala noturna, porque é outro padrão”, argumenta.


Por outro lado, os servidores argumentam que o atual modelo para o período da manhã fere a isonomia. “Na escala atual, os trabalhadores do diurno trabalham um mês a mais do que os noturnos ao longo do ano. A escala 4 por 2 afasta o trabalhador 45 dias do convívio de sua família nos fins de semana. Os trabalhadores não aceitam”, informa Diana Guério, coordenadora do Sismuc. “A gente quer a resposta de que a gente não vai trabalhar mais do que os outros”, destaca a servidora Terezinha, da UPA Cajuru. 


Comissão
A saída encontrada para tentar superar a falta de avanço na jornada de trabalho foi criar uma comissão paritária com oito representantes. Quatro indicados pelo sindicato e outros quatro representando a Procuradoria Geral do Município (PGM) e as secretarias da saúde e recursos humanos. Essa comissão começa a trabalhar na semana que vem e tem trinta dias para oferecer uma jornada definitiva: “Nossa proposta é a formação de uma comissão paritária com sindicato, trabalhadores e secretarias e Procuradoria Geral do Município. Podemos começar essa comissão já na próxima semana”, argumenta a secretária de Recursos Humanos Meroujy Cavet.


Uma orientação para a comissão é de que todos os profissionais devem fazer a mesma carga horária mensal de trabalho, buscando a isonomia entre os trabalhadores do diurno e noturno. A nova escala poderá entrar em vigor a partir de 2014.