Cmeis são invadidos sem intervenção de empresa de segurança

Quatro Cmeis foram invadidos desde sexta-feira (27) em Curitiba sem receber a segurança devida e estabelecida em contrato com a empresa terceirizada contratada pela Prefeitura. Na noite de sexta-feira (27), o Cmei Erondi Silvério foi invadido e teve suas salas depredadas. O mesmo Cmei foi invadido também na noite de domingo (29), assim como os cmeis Maria Gracita e Hermes Macedo. Na noite de ontem (30), o Cmei Erondi Silvério foi atacado novamente. Uma ocorrência foi registrada também no Cmei Monteiro Lobato. Em todas as ocasiões as aulas foram suspensas ou atrasadas.

Nas três invasões do Cmei Erondy Silvério, que fica na região do Tatuquara, a empresa de segurança G5 foi ao local somente após ligações dos servidores, e não após o disparo do alarme, como está estabelecido no contrato com a Prefeitura de Curitiba. A Guarda Municipal foi acionada e realizou a prisão de três menores que depredaram o local.

O Cmei Maria Gracita Gracia Gonçalves, invadido no domingo (29), teve todas as salas depredadas. As aulas foram suspensas na segunda-feira, quando servidores chegaram para trabalhar e encontraram o local destruído: aparelhos eletrônicos quebrados, pó químico dos extintores por todo o chão e salas remexidas. De acordo com relatório da G5, empresa terceirizada que faz a segurança do local, a invasão ocorreu por volta das 21h. Vizinhos relatam, entretanto, que o alarme foi disparado durante a tarde. Um relatório da empresa afirma que foi feita uma visita ao local às 19h de domingo. No relatório desta visita, foi indicado que não havia nenhuma irregularidade.

 “Essa é mais uma constatação de que o processo de terceirização é muito prejudicial para o serviço público, pois é um dinheiro que é gasto e não há retorno. Nós temos uma Guarda Municipal capacitada e com todas as condições de fazer este monitoramente 24 horas por câmera e sensores de alarme. Quando ocorre o acionamento do alarme, quem chega primeiro aos locais é sempre a Guarda, e não a G5”, critica Juliano Soares, coordenador do Sismuc.

Pelo contrato estabelecido entre a Prefeitura e a G5, a empresa deve estar presente até 12 minutos depois do disparo dos alarmes. Para alguns dos servidores que trabalham no cmei, o tempo que os invasores passaram no local foi muito maior. Uma das provas para isso seria o fato de que várias das salas não foram arrombadas, e sim abertas com chaves, que são nomeadas e demandariam tempo para serem corretamente usadas. O tamanho da destruição, que atingiu todas as salas, também demonstra que o tempo para que os atos de vandalismo fossem feitos foi grande.

Os moradores relatam que quando a Guarda Municipal fazia a segurança do local, a população sentia muito mais segurança. “Hoje a gente vê a criançada pulando o muro e correndo lá dentro. Quando a guarda estava aqui isso não acontecia”, relata José Soares Ferreira, morador da região.

De acordo com o contrato, a G5 tem 24 horas para restabelecer a estrutura física dos locais e até 15 dias para fazer a reposição total dos bens.