Conduta de médicos em UPA´s deve ser mais fiscalizada

A morte de um paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pinheirinho acendeu a luz de emergência para os médicos que prestam serviço à Prefeitura de Curitiba através da Fundação Estatal de Direito Privado. Em reunião com a superintendência de saúde, servidores da enfermagem cobraram mudanças na postura adotada dentro dos equipamentos públicos. A gestão deve se reunir com os coordenadores de saúde no fim de julho para padronizar horários e condutas, além de aumentar a fiscalização. 


A coordenadora do Sismuc, Diana Guérios, aponta que um dos fatores na demora do atendimento aos pacientes se deve aos médicos. “A fila de espera para atendimento por parte de médicos é muito grande. Isso ocorre todos os dias dentro dos cmum’s. Às 20 horas a fila é enorme. Os médicos param de atender e cai tudo em cima da enfermagem e da recepção. A gente cobra uma ação da Prefeitura”, declarou.
Uma servidora conta mesmo estando completo o quadro de médicos a fila permanece grande. “Num CMUM, os médicos fazem intervalos enormes. Fica uma hora descansando, mesmo havendo fila de espera”.


Para Irene Rodrigues, membro do Conselho Estadual de Saúde, a sobrecarga de atendimento tem ficado no setor da enfermagem. “Com essa metodologia de parar todo mundo junto para almoçar ou correr no final do expediente para zerar a fila acaba por comprometer a qualidade do atendimento. A gente alerta para isso. Está perigoso ocorrer erro técnico por falta de condições de trabalho”, alertou.


O superintende de saúde Nilton Pereira concorda com o diagnóstico feito pelos servidores e disse que medidas serão tomadas. “O maior problema é a qualidade do trabalho médico, sua formação e compromisso. A gente também identifica esse problema. A Fundação tem o objetivo de melhorar a qualidade, mas hoje a meta é aumentar a fiscalização quanto ao horário e qualidade de atendimento. Uma maneira é alterar as trocas de plantão. Não dá pra todo mundo entrar e sair às sete horas. A enfermagem troca o plantão no mesmo horário e não dá problema. Tem que entrar mais sério nisso. É o nosso recado para todos os coordenadores das UPA’s”, salientou. 


A Secretaria de Saúde promete mudanças no curto prazo. Eles se reúnem com os coordenadores médicos para aumentar a fiscalização. Os servidores defendem que os coordenadores médicos sejam mais atuantes no controle dos médicos terceirizados quanto à qualidade de atendimento e o cumprimento de jornada.