De um lado, estudantes tentam prestar atenção ao que os professores ensinam no quadro negro. Do outro, cimento, poeira, areia, madeira empilhada, chão raspado e muito barulho de serra e martelada. Em meio a isso, tudo junto e misturado, estão os trabalhadores da Escola Erasmo Pilotto. Essa realidade se arrasta desde o ano passado, apesar de diversas reuniões dos profissionais e da comunidade com a superintendência de ensino. As soluções apresentadas são sempre insuficientes. A última foi à colocação de uma fina lona preta no chão a pedido da própria secretária de educação Roberlayne de Oliveira Borges Roballo.
As obras na escola ocorrem de segunda à sexta-feira, sempre no horário de funcionamento das aulas. Aos sábados e domingos a obra para. Para tentar amenizar o transtorno foi feito um rodízio de sala de aula, além disso, os inspetores de escola ficam ‘instalados’ na quadra coberta e a sala dos professores é separada por tapumes no meio do refeitório. O resultado disso são os problemas de saúde aos quais os trabalhadores estão sendo submetidos. Uma funcionária conta que no fim do dia a dor de cabeça é insuportável por causa do pó e do barulho. “É difícil. Tem dia que a gente não consegue respirar por causa do cheiro de tinta e do pó”, conta a servidora.
A secretária de educação esteve no local no último dia 3. Ao invés de máscaras, óculos de proteção e outras medidas, a decisão tomada foi colocar uma lona no local. O descaso com a saúde do trabalhador é denunciada pelo Sismuc. Segundo a diretora Irene Rodrigues, o direito dos trabalhadores não está sendo respeitado. “Tudo está errado aqui. A Prefeitura precisa retomar o debate sobre saúde do trabalhador. Nós não avançamos nada nesta pauta. A Prefeitura podia ter se organizado melhor. Ela podia pensar acima de tudo nas pessoas. Uma lona não resolve o problema. Eu pergunto para a gestão, cadê a comissão local de saúde do trabalhador que não está aqui?”, critica. O Sismuc já encaminhou ofício cobrando informações e explicações sobre a obra.
Descaso
O Sismuc teria uma mesa de negociação com a Secretaria de Educação no dia 8 de maio para tratar de assuntos referentes aos trabalhadores de escola. No entanto, a secretária não compareceu à mesa de negociação.