78% dos eleitores compareceram às urnas. Índice é maior do que no Brasil. Na Venezuela, o voto não é obrigatório.
O candidato à presidente Nicolas Maduro foi eleito presidente da Venezuela em eleição acirrada. Ele conquistou 50,66% contra 49,07 de Henrique Capriles. A diferença é de 234 mil votos. O candidato da direita contestou o resultado. Já o Consejo Nacional Electoral (o TSE Venezueano) garantiu o resultado. As Forças Armadas venezuelanas também disseram que a eleição foram normais e exaltou a vontade do povo nas urnas. A abstenção ao pleito foi de 21,29%. O voto é facultativo. No Brasil, em 2010, com voto obrigatório, o índice foi maior: 21,47%.
Em seu discurso de vitória, Maduro exaltou a população e a figura do presidente falecido Hugo Cháves. O novo presidente também exaltou os votos da oposição e pregou respeito a vontade apresentada nas urnas. “Eu reconheço e respeito os votos da oposição. Mas também peço respeito aos nossos (votos). Amanhã a vida continua, a pátria continua”, completou. Maduro foi eleito para um mandato de cinco anos e sete meses, que já se inicia.
Candidato derrota, Capriles, que recebeu ligação do presidente eleito, disse à imprensa que não aceita o resultado. Para ele, é necessário a recontagem dos votos. Caprile apelou a Deus e acusou o lado vencedor de corrupção. “Eu não faço pacto com mentiras nem com corrupção. Meu pacto é com Deus e com os venezuelanos”, clamou. Esta é a segunda vez em dois anos que Capriles perde a eleição presidencial.
Por outro lado, tanto o Conselho Nacional Eleitoral quando as Forças Armadas garantiram a limpeza da votação. Diego Molero, ministro da Defesa, exaltou a normalidade do processo democrático. “Queremos felicitar o povo por essa mostra de civismo e dizer-los que garantimos o resultado, respeitamos e faremos ser respeitado”, tranqüilizou.
Eleição apertada
A diferença entre o primeiro e o segundo colocado foi de 1% dos votos. Cerca de 234 mil votos. Ano passado, o presidente dos EUA, Barack Obama, havia ganhado a eleição por uma margem de apenas 2% sobre o candidato conservador. No Paraná, a eleição para a Prefeitura teve margem ainda menor no primeiro turno, 0,50%. Fruet (depois eleito prefeito) obteve 265 mil votos contra 261 mil do então prefeito Luciano Ducci.
Para o jornalista e comentarista Rodrigo Vianna, a eleição na Venezuela trás lições para os dois lados. “A derrota por margem estreita tira o argumento daqueles que afirmam: a Venezuela chavista é uma ditadura. Bobagem. A oposição tem força midiática, presença nas TVs”, porém, “o resultado, por margem estreita, é um chamado para a moderação. De lado a lado. A vitória apertada porde ser um trunfo de Maduro, na legitimação de seu governo”, analisou.
Novas eleições
Os eleitores da Venezuela tiveram que ir às urnas novamente depois que o presidente eleito Hugo Chávez não pode assumir o cargo. Com sua morte, a Constituição prevê uma nova eleição no prazo de um mês, que ocorreu agora.