Sem investimentos, Prefeitura pode perder trabalhadores para a iniciativa privada

Os fiscais da Prefeitura de Curitiba se reuniram ontem (15) com o economista do Dieese, Sandro Silva. O encontro discutiu questões salariais, o desenvolvimento do Brasil e a capacidade financeira de investimento do governo municipal. Também serviu para análise da pauta especifica dos fiscais. 


O economista fez uma análise da conjuntura mundial, nacional e municipal. Em relação ao Brasil, Sandro destacou que o país está crescendo e gerando emprego com os governos Lula e Dilma. O efeito disso nas cidades é o aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores privados. Sendo assim, se administração pública quiser manter seus trabalhadores, é fundamental que a gestão municipal acompanhe essa tendência. 


Para Eduardo Recker, coordenador de formação do Sismuc, se o gestor municipal não valorizar os trabalhadores, quem perde é a população. “A iniciativa privada tem pagado salários melhores do que o público. Por isso, é notório a diminuição de pessoas interessadas em fazer concurso. E pior: muitos servidores estáveis estão deixando a carreira para ir para a iniciativa privada. Isso acarreta em um problema para a população, pois os servidores não estão ocupando os postos de trabalho como na saúde. Quanto aos fiscais, a Prefeitura de Curitiba paga um dos piores salários do Brasil”, alerta.


O Dieese acredita ser possível que a Prefeitura reajuste os salários dos servidores sem por em risco a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo os cálculos, a Prefeitura ainda pode investir 18% do orçamento antes da margem considerada prudencial, que é 54% de receita líquida corrente.


Além da palestra, os fiscais ainda leram e debateram a pauta específica. Já os fiscais do urbanismo elegeram uma comissão de representantes para tratar de assuntos próprios com o secretário de Urbanismo, Reginaldo Luiz dos Santos Cordeiro. A negociação da pauta específica para os fiscais ainda não foi agendada pelo RH da Prefeitura. O próximo encontro dos fiscais ocorre durante o coletivo mensal, no próximo 28 de março.