Dia de ir à luta e não de ganhar bombom

Como ocorre tradicionalmente em todo dia 8 de março, Curitiba ficou pintada de roxo. Centenas de mulheres e ativistas saíram às ruas para pedir igualdade de direitos e fim da violência contra a mulher na capital paranaense. Os manifestantes cumpriram uma extensa agenda que incluiu uma caminhada, diversos atos e a entrega de um documento com uma lista de reivindicações para a secretária municipal da mulher, Roseli Isidoro.

“Hoje não é dia de ganhar bombom, hoje é dia de ir à luta. Estamos conquistando nossos espaços e um bom exemplo disso, no mundo sindical, foi a conquista da paridade na Contag. Uma conquista histórica que reflete o que acontece na CUT, que já aprovou sua paridade no congresso, com isso a próxima direção terá 50% de mulheres e 50% de homens”, disse a presidenta da CUT-PR, Regina Cruz, que também é coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres no Paraná.

Ao todo, mais de 40 entidades ligadas aos movimentos sociais, sindicais e feministas participaram das atividades do 8 de março em Curitiba. A marcha começou às 15h30 com concentração na Boca Maldita e terminou na Praça Garibaldi. Durante o trajeto, diversos atos foram organizados lembrando a violência contra a mulher, os mais diversos tipos de preconceitos e a importância de políticas públicas para as mulheres e também para as jovens.

“É preciso continuar a lutar contra a violência contra a mulher e são vários tipos de violência. Assédio moral, assédio sexual, violência doméstica e tudo isso em pleno século XXVI”, disse a secretária da Mulher da CUT-PR, Eliana Maria dos Santos.

Após os atos e a caminhada, às 19h as mulheres reuniram-se com a secretária municipal da mulher, Roseli Isidoro, que recebeu a comitiva formada pelos movimentos e comprometeu-se com as causas feministas ao receber um documento com as principais reivindicações. “É uma responsabilidade compartilhada com todos os movimentos. Mas tenho a convicção que esse é um compromisso da administração pública. Trata-se de um momento simbólico e importante e as suas expectativas também são as minhas”, disse Roseli

O prefeito Gustavo Fruet, que marcou presença no lançamento de um livro que retrata as dificuldades vividas pelas mulheres negras, destacou a criação do primeiro conselho da mulher, que ocorreu no mesmo prédio onde hoje está situada a secretaria da mulher durante a gestão do seu pai, Maurício Fruet. “Tão importante quanto a cultura é a luta contra a violência contra a mulher, uma prioridade desta gestão”, afirmou o prefeito. Ele falou sobre a reabertura do hospital do Bairro Novo que terá atendimento especializados para mulheres. “Atendimento com qualidade e que será referência para a proteção das mulheres de Curitiba. Todos serão tratados de forma igual”, garantiu o prefeito.