Alíquota do ICS não deve subir neste momento

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Os sindicatos se reuniram com a direção do Instituto Curitiba de Saúde (ICS) para discutir a alíquota de 3,14% paga pelos servidores, as alterações na rede conveniada e a dívida da Prefeitura de Curitiba com o Instituto no reembolso de procedimentos. O presidente do ICS, Wilson Michaelis, negou a possibilidade de reajuste na contribuição dos servidores. Para ele, a prioridade neste momento é rever a rede e receber o dinheiro que a Prefeitura deve referente a lei 8786/1995, que trata de patologias crônicas. A dívida já estaria em R$ 11 milhões.

Referente ao repasse não feito pelo governo municipal desde maio do ano passado, o presidente disse que houve cobrança no fim do ano passado e que uma nova cobrança também será feita: “A dívida da Prefeitura com o ICS está em 11 milhões devido à falta de reembolso suspendido em maio (2012)”, contou.

O representante do Sismuc no Conselho de Administração do ICS, Marcos Alves Pereira, alertou que a saúde financeira do Instituto preocupa os servidores: “A atual situação gera uma enorme insegurança aos servidores. A antiga gestão disse que a divida era de R$ 1,5 milhão. Agora, esse valor está reajustado em R$ 11 milhões e só soubemos disso em pronunciamento do prefeito”, recorda. 


Segundo o presidente, por mês entra R$ 7 milhões no caixa do ICS, sendo R$ 3,6 da Prefeitura e o restante dos servidores. Já o diretor financeiro do ICS, Samir Founai , disse que não há prejuízo: O “débito (da Prefeitura) está inscrito no balanço do ICS. No ano passado só foi paga a dívida durante três meses e foi suspendido. Apesar da falta de 11 mihões, o montante já pago pelo ICS deve ser recebido”, explica Samir.
 Mesmo assim, o Sismuc destacou que os servidores não querem ser surpreendidos com qualquer aumento na sua contribuição. “Se tiver que subir a alíquota, antes queremos discutir onde sobe, se sobe, pois em muitos serviços, além de contribuir, o servidor também paga por alguns procedimentos”, alertou Alessandra Oliveira, diretora do Sismuc. 


Rede credenciada
As mudanças na rede credenciada também preocupam a base dos dois sindicatos. A direção do ICS assumiu que há impasses nas áreas de cardiologia, na pediatria e na ortopedia. Disse também que está ocorrendo a redução na rede credenciada. Caem de dez hospitais para quatro. Segundo Dr. Constantino Miguel Neto, assessor executivo, a avaliação é de que muitos hospitais credenciados não estavam sendo utilizados. “Não é diminuir a gama, mas diminuir o número de credenciados para melhorar os serviços”, pondera. Outra meta é aumentar o número de procedimentos dentro do próprio ICS, evitando que os servidores façam pagamento maior. Já a rede de convênio para exames está sendo renegociada com objetivos de trazer descontos ao que é cobrado ao servidor.


Essas mudanças na rede credenciada e o caixa do ICS devem ser alvo de novas reuniões. Ficou acordado que os sindicatos vão encaminhar todas as sugestões para melhorar o ICS e mais do que isso debater as melhorias. Os sindicatos esperam, em contrapartida, ter acesso às planilhas dos conveniados, os custos, relatório referente a atenção à saúde, como volume de atendimentos e tempo de consulta, ou seja, ter transparência sobre onde e como é utilizado o dinheiro. A diretoria assumiu o compromisso de sentar com os sindicatos.