Conciliação de greve, remunerações variáveis, salários baixos e política de mérito foram tema da conversa. Canal de diálogo está aberto.
“Quero receber (a pauta) o quanto antes. A gente não resolve tudo de uma vez, mas vamos, através de metas, ver o que é mais emergência e o que pode ser resolvido pra frente”. Com essas palavras, o prefeito de Curitiba Gustavo Fruet abre o canal de diálogo com o Sismuc. Na reunião realizada na manhã de hoje (17), ele disse que um dos seus primeiros objetivos é ter canal direto entre sindicato e prefeitura e lembrou-se da pauta dos servidores assinada – com ressalvas – durante o período eleitoral.
Os principais pontos discutidos neste primeiro momento foram a conciliação das greves que influenciam diretamente na vida funcional dos servidores, a política de salários baixos e gratificações e as gratificações: “O sindicato questiona o crescimento vertical por ser um modelo que cria a competitividade desenfreada e defende o crescimento automático. Essa é uma das nossas pautas”, destacou Alessandra Oliveira, diretora do Sismuc e secretária de relações políticas sindicais da CUT.
No dia 19 de fevereiro, às 16 horas, a pauta geral e específica será entregue ao prefeito. Fruet mostrou disponibilidade para que a pauta seja discutida entre sindicato e Prefeitura antes da data-base em março e que o diálogo é o melhor caminho. Neste ponto, Marcela Bomfim, coordenadora de comunicação, solicitou a antecipação dos debates da data-base: “Queremos já antecipar o debate de março através de grupos de estudo e mesas de negociação. Nós queremos estudar caminhos para acabar com o PPQ (Programa de Produtividade e Qualidade) e fazer as incorporações”.
Também presente na discussão, a solução para os efeitos das greves foi o tema mais prolongado. O advogado do Sismuc Ludimar Rafanhim defendeu que é necessário unificar os entendimentos sobre as greves de 2007, 2009, 2010 da Guarda Municipal, 2011 dos dentistas, da paralisação de um dia em 2012 e da greve dos ‘Excluídos da Saúde’. “Tudo está judicializado e com diversas interpretações. Nós pedimos audiência de conciliação, mas a gestão Ducci se negou a comparecer”, recorda Ludimar, que informou já terem ocorrido acordos políticos sobre greves em 1989 e 1990. Já o secretário de governo, Ricardo Mac Donald, disse que é necessário estudar qual é a melhor via: “Temos que estudar se o acordo é político ou via judicial. Temos que ver qual via é mais rápida, pois isso não é imediato”, se comprometeu.