O cirurgião responsável pela equipe que atende pacientes com deficiência no Hospital do Trabalhador fez um pronunciamento por nota. O Sismuc recebeu a carta ontem à noite, assinada por João Luiz Carlini, citado na série "Vítimas da terceirização", publicada com exclusividade pelo Sismuc. Segundo invetigado, o serviço estaria sendo terceirizado pelo próprio hospital. Os cirurgiões-dentistas, responsáveis pelo atendimento destes pacientes, não fazem parte do quadro de funcionários concursados do estabelecimento. Confira abaixo a nota na íntegra:
"Trabalhamos no serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do CAIF há 19 anos, prestando atendimento aos pacientes fissurados de todo o Estado do Paraná e de outros estados pelo SUS. As cirurgias são realizadas no Hospital do Trabalhador nas quartas e quintas-feiras pela manhã. Nas quintas-feiras à tarde e nas sextas-feiras pela manhã são realizados os ambulatórios no CAIF.
Fomos convocados para uma reunião no Hospital do Trabalhador em junho de 2012, em que a representante da Secretaria Municipal da Saúde, o Diretor Técnico e a Diretora Técnica do CAIF estavam presentes. Nesta reunião foi solicitado para que o nosso serviço realizasse o atendimento aos pacientes portadores de necessidades especiais, visto que o Ministério Público estava pressionando a Prefeitura sobre o atendimento destes pacientes, cerca de 50 pacientes.
Como nós (CAIF) temos já há 20 anos o convênio com o Hospital do Trabalhador, o Diretor Técnico disponibilizou inicialmente 2 sábados por mês para que pudéssemos realizar o atendimento. Como no Hospital do Trabalhador não há aparelho panorâmico (Rx), propusemos que os pacientes fossem avaliados inicialmente na UFPR (Odontologia), onde seriam realizados o exame clínico e radiográfico, bem como a solicitação dos exames laboratoriais pré-operatórios. Após estes exames, os pacientes seriam orientados a comparecerem no Hospital do Trabalhador para consulta pré-anestésica e exames complementares, caso necessário, tudo visando a segurança dos pacientes para minimizar os riscos, visto que muitos pacientes possuem condições sistêmicas que implicam em risco ao procedimento sob anestesia geral. Após o atendimento hospitalar, devidamente registrado no prontuário médico e enviado na semana seguinte para a Unidade de Saúde Amigo Especial, que incumbe fazer a manutenção da saúde bucal destes pacientes.
No Hospital do Trabalhador, o CAIF possui equipamento odontológico que permite ser realizadas restaurações e exodontias de dentes. Por ser tratamento dentário sob anestesia geral, devemos resolver senão todos, a maioria dos problemas apresentados porque não poderíamos colocar o paciente sob anestesia geral para tratá-lo semanalmente como ocorre no ambulatório. Ressalte-se que em alguns pacientes foi necessário mais de um procedimento porque o tempo sob anestesia geral para estes pacientes também é limitado. Inicialmente as restaurações eram realizadas com material que libera flúor chamado ionômero de vidro, com o intuito de diminuir as chances de novas cáries, porém, por orientação da Prefeitura, mudamos para o tradicional amálgama, que apresenta menores problemas. Isto foi o que ocorreu com o paciente citado neste site que teria perdido a restauração, bem no início do nosso atendimento. E digo que eventualmente ainda poderá ocorrer, como ocorre no ambulatório com pacientes saudáveis também.
A questão levantada sobre o paciente ficar em jejum por 6 horas antes do atendimento, demonstra a total falta de conhecimento de quem a publicou pois em qualquer procedimento sob anestesia geral se faz necessário um jejum absoluto (nem água) de 8 horas antes do procedimento, para segurança da anestesia geral.
Quanto aos profissionais que trabalham na equipe de Cirurgia Bucomaxilofacial do CAIF, são todos formados e pós-graduados com experiência em conduzir um paciente sob anestesia geral e evoluir durante o seu internamento.
Quanto ao convênio firmado não compete a mim discutir este ponto, pois foi solicitado o atendimento ao serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do CAIF e estamos atendendo.
Reitero que em nenhum momento fui procurado por este site para dar explicações e por nenhuma outra pessoa sobre o nosso atendimento.
Peço que as pessoas que estão com tempo para nos difamar em redes sociais se concentrem mais no seu trabalho e não prejudiquem pessoas que já enfrentam tantos problemas graves nas suas famílias, com muitas dificuldades de acessar a saúde pública para o tratamento dos seus familiares queridos não sejam uma moeda de troca para que estes "profissionais" consigam mais algum beneficio nos seus salários ou nos envolvam em questões políticas, as quais não temos nenhuma participação, sendo os principais prejudicados os pacientes.
Pensem bem nisso".
