Funcionários da Copel paralisam atividades

A paralisação de 24 horas dos trabalhadores da Copel, realizada hoje (22), demonstrou a insatisfação da categoria. Cerca de 400 manifestantes se reuniram em frente à sede da empresa, na rua Coronel Dulcídio, em Curitiba, para exigir aumento real nos salários e melhores condições de trabalho. A atividade é organizada por 15 sindicatos que contam com representatividade na companhia.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros (Senge) Ulisses Kaniak está bastante otimista com o movimento, tendo em vista o fato de que os “copelianos” não fazem greve há 23 anos. Ele acredita que cerca de 70% dos trabalhadores em todo o Paraná aderiram à paralisação. 

Diretores do Sismuc também participaram da atividade em solidariedade aos trabalhadores e representaram as entidades filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O diretor da Central Eduardo Recker Neto destaca a união das entidades e a truculência da polícia no dia de hoje. Para ele, há relação direta entre a atitude da polícia e o estilo de governar de Beto Richa.


Truculência
Por volta de 9 horas policiais militares apreenderam uma caixa de som do movimento que estava em frente ao prédio da Copel. A justificativa seria o fato de que os manifestantes estariam trancando a rua e impedindo o trânsito de carros. Neste momento, houve um princípio de confusão, quando alguns manifestantes tentaram impedir a saída do carro da polícia com a caixa de som. 


Giovane Caetano (foto abaixo), diretor da União Geral dos Trabalhadores (UGT), relata que a polícia utilizou gás de pimenta e que foi agredido. Ao se jogar em frente o capo da viatura, os policiais aceleraram o carro e o jogaram no chão, conforme mostra um vídeo postado agora a pouco.


Cerca de 30 minutos após o incidente, a Polícia Militar chegou a um acordo com as entidades. O som foi devolvido e a rua bloqueada, conforme depoimento do 1º tenente Cretã Baptista, responsável pela operação. Segundo ele, não houve agressão e os policiais teriam apenas contido manifestantes mais exaltados. Cavaletes e cones teriam sido arremessados contra os policiais. 


Próximos passos
Ainda hoje está prevista uma entrevista coletiva dos dirigentes sindicais, às 14h30, no Senge. Caso não haja acordo com a empresa, os funcionários da Copel voltam a paralisar as atividades desta vez por 48 horas, nos dias 29 e 30 de novembro. Eles também não descartam a possibilidade de greve por tempo indeterminado.