Derrota de Ducci, vitória dos servidores

O resultado do primeiro turno das eleições municipais em Curitiba pode sugerir uma série de questões a serem debatidas, mas os cerca de 30 mil servidores da Prefeitura passam a ter uma certeza. A de que sua opinião tem peso para as candidaturas. Esta é a sensação que fica depois que o atual prefeito Luciano Ducci desconsiderou os servidores em seu plano de gestão, não assumiu nenhum compromisso com a categoria e se negou ao diálogo para melhorar as condições de vida de quem cotidianamente constrói a cidade.

 

A última pesquisa para a eleição dava o segundo turno com Ducci e Ratinho. O resultado surpreendente aponta uma transformação nas intenções de voto, coincidentemente ou não, depois que os servidores souberam quem assinou a Carta Compromisso e quem se isentou da responsabilidade de atender as reivindicações dos servidores. Diretores do Sismuc distribuíram o jornal do Sismuc nos locais de trabalho, informando aos servidores e à população quais candidatos haviam assinado a carta. Ducci foi o único que se eximiu da responsabilidade. E não há dúvidas de que a opinião do servidor pesa para seus familiares e amigos, pois ninguém conhece melhor a Prefeitura do que o próprio servidor.


Se a exclusão de Ducci do segundo turno pode ser considerada uma vitória dos servidores, é também uma vitória contra o modelo de gestão de Beto Richa. Durante estes últimos anos foram várias as greves e manifestações realizadas por diferentes segmentos de servidores. Guardas municipais, dentistas, educadores, fiscais, servidores da saúde, entre outros, foram às ruas para expressar sua insatisfação com o tratamento que estavam recebendo por parte dos gestores.

É também a derrota de uma gestão que prega a terceirização do serviço público, que visa a precarização da máquina pública em favor da iniciativa privada, que aposta nas grandes obras eleitoreiras ao invés da qualidade do serviço. Se há uma lição que deve ser compreendida pelos gestores nestas eleições, é de que com os servidores municipais não se brinca.