Falta explicação para valores repassados e demora na revitalização do espaço
Quase 7 anos depois e diante de vários atrasos em relação às datas anunciadas, o maior centro cultural de Curitiba reabre suas portas. Mais conhecido como Museu Metropolitano de Arte, o Muma, no bairro do Portão, a ser reinaugurado neste dia 29, volta a receber atividades culturais, com uma roupagem diferente.
A jornalista Silvia Valim, que mora no Portão e cobrou agilidade na reabertura, lamenta o fato do espaço ter ficado fechado por tanto tempo. “Dói ver esse museu fechado. Crianças, ao invés de irem ao museu, estão indo ao shopping center. Sinceramente, ainda não escutei uma desculpa plausível sobre o fechamento. O preço já foi pago pela população. Crianças que hoje já são adolescentes talvez não tiveram a oportunidade de entender e agregar cultura na sua educação. Quem vai ressarcir estas pessoas pela falta de administração e de zelo por parte dos gestores?”, questiona ela.
O custo total da reforma foi de R$ 5 milhões – repassados através de transferências de potencial construtivo à FCC. As assessorias de comunicação da Prefeitura e da Fundação Cultural de Curitiba foram procuradas para esclarecer sobre como foi feito o repasse, mas não souberam explicar. A presidente da FCC Roberta Storelli foi procurada pela imprensa do Sismuc, mas não retornou as ligações.
Segundo informações da Prefeitura, a obra teria sofrido atrasos por conta do cancelamento de repasse de R$ 6 milhões do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU), ainda em 2006. A reforma abrange a instalação de elevador, piso tátil para portadores de necessidades especiais, pinturas, fachadas em vidro temperado, portas e esquadrias, piso externo, instalações hidrossanitárias, elétricas e telefônicas, de prevenção de incêndio. Além disso, foram instalados novos mobiliários. De todo modo, parece meio difícil acreditar que estas alterações pudessem demorar tanto tempo e custar tanto dinheiro.
O espaço de 5 mil metros quadrados abrange, além do museu, o Cine Guarani e o Auditório Antônio Carlos Kraide. A biblioteca foi transformada na Casa da Leitura Wilson Bueno e um Centro de Arte Digital também foi adicionado, juntamente com salas para cursos e projetos de ação educativa.
Terceirização parcial
De acordo com informações obtidas junto aos servidores, o Muma contará com servidores municipais, mas conforme divulgado em edital, alguns programas deverão ser terceirizados. É o caso do Centro Digital de Arte, que deve ficar a cargo da iniciativa privada, por meio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba (PAIC).
História
O Muma foi inaugurado em 5 de maio de 1988, Entre as obras já expostas se encontram trabalhos dos artistas Pancetti, Guignard, Di Cavalcanti, Djanira, Portinari, Mário Cravo, Burle Marx e outros.