“Isso que vocês estão fazendo aqui vai repercutir em outros lugares” – Vito Gianotti, NPC
Reunidos na Casa do Trabalhador, em Curitiba, representantes do Sismuc, Sindijus, APP-Sindicato, Bancários, SintCom-PR, Sismar, Petroleiros (Paraná e Bahia), estudantes, professores universitários e jornalistas participaram do 1°Curso de Comunicação Popular do Paraná. O evento foi realizado nos dias 10 e 11 de maio e contou com palestrantes de nível nacional.
O curso, inédito fora do eixo Rio-SP, discutiu a “comunicação como direito humano e ferramenta de mobilização popular”, proporcionando importante troca de experiências nos âmbitos de mídia imprensa, TV, rádio e internet. As mesas discutiram a restrição e criminalização do governo federal às rádios comunitárias no Brasil, a demora no marco regulatório e o crescimento e a expansão de veículos de esquerda, como o jornal Brasil de Fato. A formação de estudantes com foco em questões mais populares e menos comerciais nas faculdades de jornalismo também foi abordada como elemento de comunicação contra-hegemônica.
Pontos de vista
O objetivo do curso popular foi discutir formas alternativas de se comunicar ao modelo da grande mídia. Para Elaine Tavares, da Rede Popular Catarinense de Comunicação, as mudanças debatidas no curso precisam acontecer em todos os níveis da sociedade. Não apenas para consertar o que está errado, mas para ajudar a criar novos paradigmas. “Nós temos que pensar teoricamente e encontrar saídas revolucionárias, não reformistas”.
Seguindo a mesma linha, o jornalista Beto Almeida, da Rede Tele Sur, aponta que o Brasil está atrasado na implementação de uma comunicação popular em relação a outros países da América Latina. “Temos que estar preparados para um embate ideológico com essa oligarquia da mídia. Eles estão fazendo de tudo pra esconder o que acontece em outros países, por medo de que a pressão seja muito forte por mudanças aqui também”.
Já o coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) Vito Gianotti salientou a importância da realização do curso tanto para o Paraná quanto para o Brasil. “É importante estimular a comunicação popular e alternativa no estado. Enriquecer e multiplicar ideias, e depois levar à prática. E é importante nacionalmente também porque é um exemplo para outros estados. Isso que vocês estão fazendo aqui vai repercutir em outros lugares”, prevê. Gianotti, que participou da mesa “Comunicação Popular: Acúmulos e Experiências”, enfatizou ainda o papel central que a melhoria da comunicação popular pode representar para o trabalhador. “Realizar esse tipo de atividade, que discuta a comunicação, é um dever das pessoas que querem mudar o mundo e buscam uma sociedade justa e fraternal”.
