Falta de médicos em cmum´s expõe falha de gestão

A população do Boqueirão também está sofrendo pela política equivocada da atual gestão da Prefeitura. O Centro Municipal de Urgências Médicas (Cmum) do bairro está superlotado e faltam médicos para o atendimento. Dos 4 clínicos gerais que deveriam atuar por período, no meio de semana, apenas 1 estava disponível ontem (2). A informação é de que os demais teriam se licenciado por problemas de saúde. O problema tem persistido desde o final de semana.


A camareira Luzia Ferreira (foto abaixo) conta que está no cmum desde às 22 horas de ontem (até 16 horas, quando coletei o depoimento). Ela acompanha sua mãe de 86 anos, com suspeita de infecção nos rins, e aguarda o parecer do médico para exames de raio x e ecografia. “Passei a noite aqui. Eu até aguento, mas a minha mãe é idosa”, diz ela, reforçando que tem sido bem atendida pelos funcionários.


Dentre os motivos para a crise está o fato de que o convênio com o Hospital Cajuru, assinado pela Prefeitura, encerra no próximo dia 30. A partir de então, os médicos que atuarão nos cmum’s serão cedidos pela Fundação.  O problema é que os hospitais conveniados não estariam mais contratando médicos que poderiam fazer a substituição de licenciados.


Para agravar o problema, o Cmum do Boqueirão está superlotado e tem recebido pacientes de outros cmum’s do Sítio Cercado e do Pinheirinho, que estão sem médicos. No momento, são 32 pacientes internados para apenas 11 vagas.


O diretor do Sismuc Juliano Soares, que esteve no local, afirma que o problema é resultado da terceirização do serviço. “Se os médicos fossem contratados pelo município, a população não estaria tendo que passar por isso. A falta de médicos expõe um problema no planejamento da gestão, que encerrou os contratos com os hospitais sem ter outros profissionais para substituir os atuais”, aponta. A solução definitiva, em sua opinião, passa pela valorização de servidores e contratação de médicos por meio de concurso público.