Movimentos, sindicatos e partidos cobram Comissão da Verdade

Os manifestantes também vão convidar a população para o lançamento do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, que acontece no dia 12 de abril, no Teatro da Reitoria da UFPR. 

Na última segunda (26), diversas organizações sindicais e populares ocuparam a Boca em ato semelhante.  Em Fortaleza, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Belém ocorreram ações diante de residências e locais de trabalho de ex-policiais e ex-militares acusados de tortura, estupro e assassinato de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985). Tais ações, organizadas  pelo Levante Popular da Juventude, contaram com o apoio de sindicatos e partidos de esquerda. Em Curitiba, foram expostos banners com o nome dos mais violentos torturadores que atuaram no PR.Alguns jovens declamaram poemas em homenagem a militantes torturados e assassinados pela ditadura.

A Comissão da Verdade foi criada no final do ano passado, mas o governo federal ainda não a instituiu oficialmente. Essa demora, na visão dos movimentos, permite que os clubes militares e outros grupamentos que sustentaram o golpe e participaram da repressão se manifestem de forma cada vez mais agressiva contra a sua instalação. Também nesta quinta, o Clube Militar do RJ promove mais um evento para comemorar o golpe de 64 e reafirmar sua posição contra as investigações. O Cel. Brilhante Ustra, notório torturador, é um dos organizadores da comemoração.        

Para as organizações de esquerda, mesmo passados quase 30 anos, é preciso que o Brasil inicie o processo de apuração e punição dos crimes, como vem sendo feito na Argentina, no Chile e no Uruguai, entre outros países.