Prefeito descumpre pela segunda vez mesa de negociação, mostrando que não dialoga com trabalhadores excluídos.
Funciona assim: o prefeito Luciano Ducci faz propaganda na imprensa de que é democrático e negocia com o sindicato e com os excluídos das 30 horas. Mas na prática, se recusa a adiantar a mesa de negociação, se compromete duas vezes em receber os ‘excluídos’, mas não recebe ninguém e autoriza seus assessores a serem truculentos três vezes com os trabalhadores da saúde.
Nesta sexta-feira, o prefeito deveria agendar a mesa de negociação com os excluídos das 30 horas. O acordo foi feito pelo seu chefe de gabinete, Andregueto, de que até o meio dia de sexta-feira haveria uma resposta desde que o movimento de greve não fosse mais “tomar café com Ducci”. Isso ocorreu na quinta e sexta, mostrando que os “excluídos” estão abertos à mesa de negociação. Todavia, Ducci e seu secretariado, mesmo reunidos pela manhã na sede da prefeitura, não chamaram a comissão de negociação e ainda não atenderam aos telefones para justificar se iam ou não receber os ‘excluídos’. “Essa é a postura arrogante dessa gestão. Ducci só se preocupou com a vida dele quando pediu que não houvesse mais o café da manhã. Embora isso nos espante, pois o correto deveria ser ele pedir que o laboratório reabrisse ou os vigilantes sanitários voltasse a fazer a fiscalização, por exemplo, nós cumprimos com nossa parte no acordo, demonstrando que Ducci não tem bom senso”, disse Alessandra de Oliveira, diretora do Sismuc.
No período em que o sindicato encaminhou ofício à prefeitura até a falta de resposta nesta sexta-feira, pelo menos 10 servidoras municipais ficaram acampadas nos jardins da prefeitura. No período em que estiveram lá, ao invés de, democraticamente, receberem alguma assistência da prefeitura, elas foram abandonadas, não podendo nem tomar banho ou fazer suas necessidades fisiológicas. “Ducci tratou a gente como se fossemos inimigos quando, na verdade, estamos apenas solicitando um direito que foi dado para 88% da saúde”, lamenta Ana Paula Cozzolino, diretora do Sismuc.
A falta de diálogo de Ducci não desanima os excluídos, que decidiram em assembleia manter a greve no natal e no ano novo. “Cada vez que Ducci e equipe tenta nos humilhar nos fortalece ainda mais”, destaca Carla Vanessa, excluída que ficou acampada. Neste sábado, as 16 horas, um ato chamado ‘Natal sem Luz com Ducci’ será realizado em frente a casa do prefeito.
Diálogo na justiça
A promessa de Ducci era negociar com excluídos. Mas ele preferiu entrar na justiça nesta tarde pedindo a “manutenção de posse do gramado” em frente a prefeitura, informa o jurídico do Sismuc. Ação que perdeu a razão de ser, uma vez que as meninas acampadas deixaram o gramado nesta tarde durante coletiva de imprensa. Ou seja, não há reintegração de posse a ser feito, pois o gramado foi desocupado antes.