Prefeito Ducci gasta até mil por cento a mais com exames feitos pelo laboratório municipal

Falta de negociação mantém laboratório fechado e governo Ducci desperdiçando recursos públicos.


Mil por cento. Essa é a diferença que o prefeito Luciano Ducci paga a mais para fazer exames de dosagem T4 livre para laboratórios terceirizados. Aberto, o custo desse exame no laboratório municipal custa R$ 1,87. Mas o governo não negocia e paga, pelo menos, R$ 11,60 pelo mesmo exame, de acordo com tabela do SUS para laboratórios credenciados.  A diferença enorme existe porque o laboratório municipal é referência na América do Sul e consegue preços mais baixos pelo custo do exame, além de não ter como objetivo o lucro.


Em 8 dias de greve, pelo menos 800 mil exames (correção: 80 mil exames) deixaram de ser feito pelo laboratório e de R$ 250 mil. Um custo diário de R$ 25 mil pagos pelos contribuintes, segundo farmacêuticos que repassaram a tabela de valores.  “Esses valores poderiam ser repassados na valorização do serviço público, mas a prefeitura prefere o caminho da falta de diálogo e do desperdício”, observa Juliano Soares, diretor do Sismuc.


As principais diferenças ocorrem em exames de caráter social para a população. Nos exames de toxoplasmose, por exemplo, que é feito no programa da gestante, a prefeitura paga R$ 16,97 e R$ 18,55 por dois exames enquanto que o custo no laboratório ficaria em R$ 4,99 e R$ 7,24, respectivamente.  “O prefeito não negocia, mantém o laboratório fechado, terceiriza e quem paga a conta é o cidadão”, critica Alessandra Oliveira, diretora de comunicação do sindicato. Os exames de sífilis é outra que exorbita os custos aceitáveis. Enquanto o laboratório realiza o exame por oito centavos, a prefeitura paga R$ 2,83 para um laboratório cujo a licença de funcionamento é questionável.


Licença vencida e desvio de função
O custo do laboratório fechado também é a contratação de laboratórios terceirizados sem licença de funcionamento e vistoria da vigilância sanitária. Segundo informações, um laboratório de Santa Felicidade não teria alvará de funcionamento e a prefeitura estaria “correndo” para regularizar a situação. “Pelo que estamos sabendo, a vigilância sanitária que, inclusive está em greve, não teria dado a licença de funcionamento e a prefeitura estaria dando um jeitinho para regularizar a situação”, condena Juliano.


Além do credenciamento as pressas, a prefeitura estaria deslocando auxiliares de enfermagem para fazer a entrega dos remédios controlados pelo ministério da saúde nos postos de saúde e nos cmum’s, o que é irregular. “Recebemos a denúncia dos servidores e estaremos acionando o jurídico do Sismuc para fazer a notificação no conselho estadual de farmácia”.