O estado do Paraná vai ganhar um comitê em defesa do resgate da história e punição dos responsáveis por atos contra os direitos humanos promovidos durante a ditadura militar (1964-1985). O lançamento está previsto para o próximo dia 23, no Auditório do Instituto Federal do Paraná, às 19 horas. Dentre os principais organizadores estão a sociedade Direitos Humanos para a Paz e o Grupo Tortura Nunca Mais, que contam com o apoio de várias organizações, entre elas a CUT e sindicatos.
Uma das principais atividades a serem desenvolvidas pelo “Comitê Verdade, Memória e Justiça”, como vem sendo chamado, é o debate em torno do projeto de lei 7376/2010. A iniciativa trata da instalação de uma comissão com amplos poderes de investigação de documentos e fatos envolvendo os militares no período mais sombrio da história brasileira. A proposição está em debate no Congresso Nacional, mas corre o risco de sofrer alterações ou nem mesmo avançar, devido às forças políticas conservadoras.
No Paraná, segundo levantamento do Grupo Tortura Nunca Mais, aproximadamente 3 mil pessoas foram presas por questões políticas durante a ditadura. E desse total, cerca de 1,5 mil sofreu algum tipo de tortura nos porões destas prisões.
O objetivo do movimento que está sendo realizado em todo o Brasil é justamente garantir que o projeto garanta, de fato, a liberdade para as investigações. Isto implicaria na abertura de todos os documentos da repressão com ênfase nos arquivos militares e a responsabilização dos torturadores e assassinos, agentes públicos, envolvidos nesses crimes.
