Guardas dizem “não” à proposta da prefeitura

A assembleia dos guardas municipais encerrada a pouco decidiu pela rejeição à proposta da prefeitura, apresentada durante a tarde. O principal ponto de divergência continua sendo o piso salarial, que pela proposta da prefeitura atingiria o R$ 1 mil, ao invés dos R$ 1,3 mil exigidos pela categoria neste ano. Como não há possibilidade de avançar via mesa de negociação, os guardas se preparam agora para uma nova paralisação no dia 29 de março. Conforme definido em assembleia, eles se concentram na praça Tiradentes, a partir das 8 horas. No final do dia eles avaliam coletivamente a possibilidade de dar continuidade de não voltar aos locais de trabalho, iniciando a greve.

Buscando o diálogo, a comissão de representantes dos guardas municipais fez uma nova proposta para a prefeitura na negociação realizada hoje à tarde. Sugeriu-se a incorporação das horas extras aos salários. A medida possibilitaria o piso de R$ 1,3 mil imediatamente, além da redução da jornada de trabalho média da categoria, que hoje faz 11 horas diárias. A mudança representaria ganhos na qualidade de vida destes trabalhadores e um aumento significativo no seu poder de consumo.

Os secretários Luiz Fernando Jamur, Maria do Carmo Aparecida de Oliveira e Nazir Chain, que desta vez compareceram à reunião, mantiveram a proposta de escalonamento do piso salarial até 2014. A primeira vista, o aumento escalonado pode parecer um bom negócio para os guardas, mas em um cálculo rápido, logo se percebe que não é bem assim. Os R$ 100 a mais a cada ano incluem os valores do reajuste da inflação anual. O resultado disso é que até 2014, é bem possível que os ganhos praticamente fiquem zerados, se for tomado por base uma inflação de 6,5% ao ano.


No que diz respeito ao plano de cargos, carreiras e vencimentos, a prefeitura fez uma nova proposta. Desta vez o índice a ser aplicado aos salários na mudança de referência (crescimento vertical) voltou aos 2,8%, como já ocorre. Porém, para que haja uma mudança no padrão (mais 6%), seria necessário no mínimo 11 anos. Além disso, somente 80% dos que chegarem ao topo do padrão poderão avançar, mantendo a competitividade. Já o avanço na área de atuação (crescimento horizontal) para supervisor e inspetor, fica acessível a todos.


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