O Sismuc disponibiliza pela página na internet o modelo de abaixo-assinado que exige isonomia para os trabalhadores em educação. O documento defende igualdade de tratamento tendo em vista que os professores conquistaram o direito de recesso no fim de ano e início das atividades escolares, enquanto que os demais terão que continuar trabalhando nas escolas do município.
O objetivo é fazer com que as cópias cheguem às mãos da administração antes que o decreto para recesso de final de ano seja publicado. Qualquer pessoa pode contribuir assinando o documento.
A campanha faz parte da luta da categoria em favor das melhorias das condições de trabalho da categoria. Com jornadas desgastantes de 8 horas diárias e um piso salarial de R$ 607,46 – sendo um dos menores da PMC, a categoria vai às ruas para exigir o piso de R$ 1.312,67, conforme estabelecido pelo movimento nacional dos profissionais em educação.
A revisão desta situação foi assumida como compromisso pela gestão da prefeitura, em negociação realizada no dia 19 de março, mas até o momento não houve retorno.
Muitos alunos, várias atribuições e poucos inspetores
Os trabalhadores da educação atuam como auxiliares administrativos nas escolas, organizando documentos, realizando o atendimento no pátio e atendendo a comunidade na secretaria das escolas. Em alguns momentos são “enfermeiros”, garantindo os primeiros socorros às crianças que se acidentam. Também atuam como “professores” nas salas de aula, quando estes profissionais precisam se ausentar em dias de chuva ou quando ficam doentes. Os auxiliares também são “psicólogos”, atendendo crianças que têm dificuldade de adaptação no ingresso escolar e em conflitos entre alunos. Não é raro também vê-los assumindo o papel de “telefonistas”, atendendo chamadas telefônicas. Eles também são “educadores”, pois trocam fraudas e dão banho nos alunos das escolas especiais.
As escolas de Curitiba já chegaram a contar com um inspetor para 150 crianças. Depois de várias mobilizações da categoria e solicitações em mesas de negociação, esse índice diminuiu para 90 crianças, devido à contratação de mais servidores. Essa relação ainda é desigual e traz riscos às crianças e aos servidores, pois é praticamente impossível um adulto cuidar de tantas crianças (de 5 a 11 anos) ao mesmo tempo. Além disso, há problemas estruturais nas escolas para se garantir o atendimento adequado.