Trabalhadores da educação levam reivindicações às ruas

Os trabalhadores da educação de escolas municipais de Curitiba realizam uma assembleia, no próximo dia 24, para avaliar o movimento da categoria que já ganha as ruas. No último dia 18 eles realizaram um ato, na Boca Maldita, expondo os principais problemas  enfrentados nos locais de trabalho. A mobilização também cobrou o compromisso assumido pela prefeitura, em março deste ano, quando negociou-se a revisão da piso salarial da categoria, o que ainda não dá sinais de concretização.

Os inspetores e auxiliares de serviços escolares estenderam faixas contendo suas  reivindicações e distribuíram para a população o jornal Curitiba de Verdade. Nesta edição fala-se das condições precárias destes proofissionais, incluindo o piso salarial de R$ 607,46, um dos menores da prefeitura e abaixo, inclusive, de profissionais em atividades correspondentes em outras cidades.

Um vídeo contendo relatos da categoria, apontando as principais dificuldades do cotidiano do trabalho também foi exibido em dois televisores instalados na Boca Maldita. Multifuncionalidade, doenças decorrentes da atividade profissional, estresse, fadiga, assedio moral, são alguns dos temas mais recorrentes para estes trabalhadores. Muitos deles atuam não só atendendo a comunidade e orientando as crianças, mas também como enfermeiros, psicólogos e, em alguns momentos, substituindo professores e educadores em sala de aula.

As escolas de Curitiba já chegaram a contar com um inspetor para 150 crianças. Depois de várias mobilizações da categoria e solicitações em mesas de negociação, esse índice diminuiu para 90 crianças, devido à contratação de mais servidores. Essa relação ainda é desigual e traz
riscos às crianças e aos servidores, pois é praticamente impossível um adulto cuidar de tantas crianças (de 5 a 11 anos) ao mesmo tempo. Além disso, há problemas estruturais nas escolas para se garantir o atendimento adequado.

No governo do estado já houve mudanças. A carreira dos auxiliares de serviços escolares passou por uma grande transformação. A lei 12.014/09 que altera o Art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) estabelece que todos os funcionários de escola se tornem profissionais da educação, por meio de um curso profissionalizante (PROfuncionário). Assim, no estado do Paraná, estes trabalhadores já contam com um piso mínimo de R$ 1.024,00.