Na próxima sexta, PMC apresenta pontos nos quais não poderá haver menos de dois guardas trabalhando
Em reunião de negociação para debate de pauta emergencial, realizada hoje (2), na prefeitura, representantes dos guardas e da administração discutiram o assassinato do guarda Joel Franklin, morto na noite de ontem. O secretário de defesa social Itamar dos Santos nem sequer compareceu à reunião. A ausência dele foi muito mau recebida pelos guardas presentes e entendida como exemplo da falta de comando da guarda municipal, atualmente. Em seu lugar estavam o secretário de recursos humanos Paulo Schimidt e o secretário geral de governo Luiz Fernando Jamur.
Os representantes dos trabalhadores apresentaram duas pautas emergenciais: a troca imediata do comando da guarda e a garantia de, no mínimo, dois guardas nos postos de trabalho onde há alto risco.
De concreto foi acordado uma nova reunião, nesta sexta-feira, às 9 horas, na sede da secretaria de defesa social, para definir quais locais de maior vulnerabilidade devem ter dois guardas, ao invés de um. “O que nos comprometemos é de que a secretaria vai buscar informações com os supervisores para ver onde há maior risco”, afirma Jamur.
A orientação do sindicato é de que o guarda que estiver sozinho em um posto de trabalho e que não se sentir seguro, pode relatar isso para o supervisor e negar-se a assumir o posto até que seja garantido o reforço. Este tipo de atitude não pode gerar punição, conforme acordo também firmado na mesa de hoje.
Contra o comando
O guarda Antonio Carlos Leão Sávio, declarou o seguinte: “os chefes estão preocupados em agradar os superiores, por isso as reclamações dos guardas não vão além. Isso esconde o problema, porque o comando da guarda não se posiciona. A gente sabe que a morte do Joel foi por culpa administrativa, porque sabemos que poderia ter sido evitado, se tivessem conversado com o guarda e não com o chefe dele”.
Durante a mesa de negociação, os membros da comissão de representantes dos guardas reafirmaram que a categoria não se sente representada pelo comando da guarda. “A guarda municipal está ascéfala”, disse um deles. “Sabemos que já é uma profissão de risco. Quando há mau gerenciamento é pior a situação”, diz Marcela Alves Bomfim, presidente do Sismuc.
Relatos dos guardas municipais também dão conta de que os suspeitos do assassinato de Joel Franklin teriam sido localizados logo após o homicídio e de que o Comando de Operações Especiais da guarda teria solicitado uma viatura de cada núcleo para ajudar na perseguição. Porém, o Comando Beta (chefia responsável naquele momento) proibiu que fosse dado encaminhamento à missão. O fato tem sido tomado como exemplo do desmando da chefia da guarda.
Quinto assassinato
O guarda Joel Franklin tinha esposa e dois filhos, 45 anos e foi morto ontem (1), em seu local de trabalho, no parque Barreirinha, logo após assumir o posto. Segundo informações da polícia civil, que investiga o crime, os bandidos levaram o colete à prova de balas e a arma particular do guarda, pois ele não teve acesso à arma da corporação.
Segundo informações de colegas, Franklin já havia relatado oficialmente ao seu superior os riscos no local, mas foi ignorado.