Na parte da manhã ocorreram debates e oficinas nas nove tendas temáticas armadas no entorno da Praça da Bíblia, local do evento. Em uma espécie de pequeno Fórum Social, os participantes discutiram diversos assuntos de interesse da classe trabalhadora, como gênero trabalho, discriminação racial, petróleo, impacto das obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas [Repar], agroecologia, reforma agrária, criminalização dos movimentos sociais, economia solidária, educação, saúde, segurança pública, cidadania, direitos humanos, acesso à cidade e previdência pública.
No início da tarde começaram as apresentações culturais. O pessoal do Abadá fez apresentação de capoeira. O grupo Knaombo animou o público alternando o gingado da dança afro com poesias que promoviam a reflexão sobre a situação do negro na sociedade. A banda Estilo Campeiro, de Campo Largo, pôs o público para dançar ao som de músicas gauchescas tradicionais. Já o neto do consagrado Teixeirinha, Giuliano Teixeira, apresentou os clássicos de seu avô e também cantou sucessos sertanejos. Sindicalistas de diversos ramos de atividade discursavam no intervalo das apresentações.
Próximo das 16 horas subiu ao palco a banda Blindagem, maior expressão do rock and roll paranaense. As músicas Oração de um Suicida, Gaivota, Sou legal eu sei, entre outros sucessos dos músicos das araucárias, foram entoadas em coro pelos manifestantes.
Logo após começou o ato político do Dia Internacional do Trabalhador, com discursos do MST, UPE, Movimento Caça-Fantasmas e CMS. Na segunda parte das intervenções, falaram o presidente da Câmara de Vereadores de Araucária, Rui de Souza (PT); o prefeito do município, Albanor Gomes, o Zezé; o secretário do trabalho da cidade, Nilton Campos; a secretária nacional da mulher trabalhadora da CUT, Rosane Silva; a pré-candidata ao senado, Gleisi Hoffmann (PT).
O encerramento dos discursos ficou a cargo do presidente estadual da CUT, Roni Barbosa. “Nossa manifestação do dia do trabalhador foi marcada por importantes debates, porque o 1º de Maio é dia de comemoração, mas acima de tudo é uma data de reflexão sobre a história e a situação dos trabalhadores. Nossa luta prioritária neste ano é pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução de salários. Nada mais justo que os lucros gerados pelo aumento da produtividade sejam repartidos com os trabalhadores. Portanto, neste dia, reafirmamos a necessidade da unidade de classe em torno desta bandeira de luta. E o nosso evento hoje, com a participação de diversas entidades sindicais e dos movimentos sociais, nos estimula para continuar nesta caminhada, até a vitória”, comemorou.
Para Gustavo Erwin "Red", assessor da CUT e secretário da Coordenação dos Movimentos Sociais-PR, "há várias datas significativas para a nossa classe. Esta, para mim, é a mais importante, a mais querida. É no 1º de Maio que reverenciamos todos os que tombaram na luta pela emancipação da classe trabalhadora. É no 1º de Maio que reafirmamos, no mundo todo, a necessidade de superar esse modelo criminoso e excludente e avançar rumo ao socialismo".
A banda Tambor de Ideias, que mistura Reggae com Hip Hop, e o grupo de forró de expressão nacional Rastapé finalizaram a programação. Mais de cinquenta organizações e cerca de 5 mil pessoas participaram do 1º de Maio em Araucária.