As conferências municipais deveriam ser espaços no qual os usuários, gestores e trabalhadores teriam a oportunidade de debater propostas de melhoria do serviço público. O acordo que rege esses eventos e que instituem os conselhos municipais e as políticas públicas são entendidos como controle social. Infelizmente, em Curitiba, exemplos negativos têm sido dados.
Recentemente dois casos ficaram evidentes na capital. No primeiro deles, na Conferência Municipal de Políticas sobre Drogas de Curitiba, os trabalhadores que atuam na área foram ignorados pela secretaria municipal que convocou a conferência. No edital publicado no Diário Oficial Municipal não consta vaga para representantes dos trabalhadores. Além disso, a publicidade da conferência foi mínima. Na própria página da secretaria antidrogas nenhuma notícia está postada avisando sobre prazos de inscrição de delegados, aberto entre os dias 18 e 24 de março.
Na opinião de Juliano Soares, diretor do Sismuc, a posição dos gestores é um desrespeito prejudicial para a população que depende dos serviços públicos. “O trabalhador acaba não participando da formatação das políticas, da criação dos objetivos do trabalho, porque quem está criando não é quem está executando o serviço no dia-a-dia. Aumenta a distância entre as ações e a realidade”, argumenta. Esporte e Lazer Outra conferência que recebe críticas da direção do Sismuc é a de esporte e lazer. O edital, publicado no último dia 25, no diário oficial do município, define a data para inscrição de delegados para dia 30. O sindicato foi comunicado no dia 26, prazo que praticamente inviabiliza a reunião de servidores da secretaria para eleição de representante. Além disso, os trabalhadores tiveram direito a apenas uma vaga, conforme o regulamento da conferência. Por não concordar com a forma como a conferência foi organizada, a direção do Sismuc resolveu não participar do evento. Medidas jurídicas sobre o fato estão sendo estudadas.
