A sessão da câmara de hoje (6) foi ocupada integralmente por pautas referentes aos interesses dos servidores municipais de Curitiba.
Os vereadores apreciaram os projetos de lei sobre o reajuste da categoria e as emendas propostas pelo sindicato, por meio da bancada de oposição. Apenas uma emenda foi aprovada, pela maioria dos 33 vereadores presentes: a incorporação dos guardas municipais do quadro especial ao reajuste de 19,7% nos salários. Essa medida estava em debate desde o fim das negociações durante a greve dos guardas, no início de março. As negociações do sindicato e a pressão de toda a categoria, que abraçou a causa, foram fundamentais para a conquista, avalia a presidente do sindicato Marcela Alves Bomfim.
Nas demais questões apresentadas, a bancada de apoio à administração municipal manteve a posição contrária aos avanços dos trabalhadores. A emenda propondo a recuperação das perdas salariais em 32 parcelas, foi rejeitada, mantendo-se a contra-proposta inicial da prefeitura de 5% de reajuste, a partir de abril. Assim, as perdas salariais acumuladas estão mantidas em 14%.
A secretária de assuntos jurídicos do Sismuc Irene Rodrigues entregou uma cópia do compromisso assumido pelo então prefeito Beto Richa, em 19 de maio de 2005, ao vereador da situação Paulo Frote (PSDB). No entanto, durante a sessão, negou, em seu discurso que o compromisso tivesse sido assumido, diante de vários guardas municipais que ocuparam o plenário da câmara.
No item 5 do ofício assinado por Richa, diz-se que as perdas salariais seriam recuperadas ao longo de sua gestão. Como a última negociação não previa isso e a chance de rever a reivindicação foi rejeitada pela maioria na câmara municipal, o Sismuc sustenta que Richa não cumpriu sua promessa para com os trabalhadores.
Na maior parte do tempo, o debate se restringiu entre a vereadora Professora Josete (PT), que defendeu as propostas de emenda, e o líder do governo Mário Celso (PSDB), que se posicionou contrário. A favor dos servidores em todas as propostas de emenda estavam, além de Josete, os vereadores Algaci Túlio (PMDB), Noemia Rocha (PMDB) e Johny Stica (PT). Uma das questões referiu-se às mudanças no critério para distribuição do auxílio-alimentação. O objetivo era excluir da conta da remuneração o valor das horas-extras, o que também foi reprovado.