17/02/2010 – 17:50
Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) contraria as teses que sustentam que a mão-de-obra brasileira é cara. Os encargos sociais pagos pelos empregadores (previdência, seguro de acidente de trabalho, salário-educação, Incra e Sistema “5 S´s”) correspondem a apenas 25,1%. Um trabalhador contratado pelo salário de R$ 1.000,00 tem direito a 13º salário, 1/3 de férias e FGTS. Assim, o total chega a R$ 1.229,10. Enquanto que os encargos somam 308,89, custando ao empregador o total de R$ 1.538,00.
Outro dado que chama a atenção é o peso dos salários no custo total de produção, que gira em torno de 22%. A redução da jornada de 44 para 40 horas semanais resultariam em um acréscimo de apenas 1,99% nestes custos. Por outro lado, o aumento da produtividade do trabalho aumentou em torno de 84% entre os anos de 1988 e 2008.
O empresariado tem procurado argumentar contra a mudança da jornada de trabalho no Brasil, uma das mais flexíveis do mundo. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou que caso seja aprovada a redução da jornada sem a diminuição correspondente dos salários, os custos das empresas serão elevados e isso desestimulará a criação de empregos no Brasil.
A redução da jornada vem sendo uma das bandeiras do sindicalismo cutista nos últimos anos. A medida contribuiria para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e para gerar mais empregos no país: 2,5 milhões segundo cálculos do Dieese.
Mais sobre a campanha da CUT no endereço http://40horasja.cut.org.br/
Imprensa Sismuc