26/01/2010 – 16:25
Matéria publicada hoje (26) na página do Paraná Online retrata mais um fato lamentável resultado de um problema crônico na guarda municipal de Curitiba. Depois de deterem um ladrão, na noite da última sexta-feira, os guardas Adilson dos Santos e Aldo Mendes dos Santos acompanharam os policiais militares até a delegacia e para a surpresa de todos acabaram sendo presos por porte ilegal de arma. O fato traz à tona uma contradição da atual gestão da prefeitura que não fornece armas para todos os guardas, apesar de exigir que ajam com poder de polícia. Muitos acabam optando em adquirir sua própria arma tendo em vista os riscos constantes da profissão, inclusive quando estão fora de serviço.
Hoje, dos mais de 1.800 guardas municipais apenas 634 tem a arma legalmente cedida pela prefeitura, sendo que nem todos têm o direito à cautela de arma (porte da arma inclusive fora do expediente). “É possível que muitos estejam em situação irregular, devido à situação a que estão expostos. Ou seja, nada impede que novas prisões de guardas municipais sejam realizadas nos próximos dias”, diz Diogo Monteiro, diretor do Sismuc. Na polícia civil, por exemplo, todo policial quando ingressa na corporação recebe a carteira funcional com autorização para porte e juntamente uma arma e munição que ficam em seu poder em tempo integral até sua aposentadoria.
A situação provocou a revolta da categoria que exigiu explicações do diretor do departamento da guarda municipal Carlos Celso dos Santos Júnior em manifestação realizada ontem, na sede da guarda. Cerca de 50 guardas municipais acompanhados de representantes do Sismuc, ouviram do diretor Celso que um processo administrativo seria aberto para apurar os fatos, com o acompanhamento do sindicato.
Falta de ética?
Dentre as informações mal explicadas estão a atitude da inspetora da guarda Sonia Valci Hamerschmit da gerência de apoio logístico. Segundo declaração dos guardas Adilson dos Santos e Aldo Mendes dos Santos ao jornal, a situação poderia ter sido resolvida de outra maneira, caso a chefia interviesse. Procurada pela assessoria de comunicação do Sismuc, Valci não quis se pronunciar sobre o fato.
O delegado Carlos Castanheira que autuou os guardas, afirmou que eles foram presos pela polícia militar, por isso “legalmente não tinha muito o que fazer. Não gostei de autuar eles, pois trabalham no mesmo ramo. A gente fica constrangido”, disse.
Vigília
O sindicato está convocando os guardas municipais para uma vigília que inicia no próximo dia 1º, em frente à prefeitura. Além do aumento do piso salarial, a mobilização deve cobrar outras reivindicações ainda não atendidas como a cessão e cautela de armas e demais equipamentos para todos os guardas municipais.
Imprensa Sismuc