Servidores pressionam e Trentini muda o discurso sobre alíquota do ICS

11/12/2009 – 14:25 

Na última reunião do conselho de administração do Instituto Curitiba de Saúde (ICS), realizada no dia 26 de novembro, os conselheiros cobraram informações sobre as finanças do instituto. Documentos de ordem técnica e financeira foram solicitados, juntamente com um dossiê para estudo das alternativas de sustentação. Essa medida representa uma contestação sobre a decisão de aumentar em 12% da alíquota cobrada dos servidores, anunciado pelo presidente do ICS José Lupion Neto, em outubro.
 
Ao contrário da pressa pela aprovação da medida, cobrada por Walmor Trentini, o discurso agora é outro. Durante a reunião Trentini reconheceu que o aumento da alíquota cobrada dos servidores era uma medida precipitada.
 
Na avaliação do secretário geral do Sismuc e membro do conselho de administração do ICS Daniel Mittelbach, parte desta decisão se deve à tentativa de preservação da candidatura de Beto Richa. “Se eles aumentassem a alíquota agora, o Beto Richa arriscaria perder cerca de 100 mil votos, sobretudo dos 72 mil beneficiados diretos. Acho que eles pretendem recolocar essa questão em pauta após as eleições”, avalia.
Mobilização vitoriosa
Fundamental para barrar o aumento foi a atuação da categoria, juntamente com o Sismuc e o Sismmac, denunciando a oneração dos gastos para os servidores. Assim que as intenções da diretoria executiva do ICS foram anunciadas aos conselheiros, os sindicatos cobraram explicações e expuseram o problema para os servidores. Manifestações foram realizadas e reuniões exigidas. Entre as contestações dos diretores do sindicato estava o fato de que a prestação de contas realizada no conselho fiscal não vinha apresentando déficit. O que contraria os argumentos utilizados pela administração de que seria necessário aumentar a alíquota para equilibrar as contas do instituto. Além disso, também se questiona o fato de que o aumento implica em onerar os salários já defasados da categoria, sobretudo dos aposentados, que são, em geral, quem mais utiliza os serviços do ICS.
O que defende o Sismuc
A diretoria do Sismuc defende a gratuidade do plano a partir do financiamento total do ICS pela prefeitura. Os sindicatos também questionam o modelo de gestão e de representação dos conselhos e do próprio ICS. Os trabalhadores que são a parte mais interessada acabam tendo sua representatividade reduzida tanto na diretoria como nos conselhos e dificilmente conseguem barrar medidas que prejudicam os trabalhadores como no caso do aumento da alíquota.
Outra medida proposta pelo representante dos trabalhadores no conselho é a realização de uma audiência pública para debater a situação e alternativas do ICS. A intenção é ampliar o debate, juntamente com a população, tendo em vista que o instituto também recebe recursos municipais.
 
Imprensa Sismuc