Um Grito contra a exclusão e a favor da soberania nacional
Cerca de quinhentas pessoas ligadas à Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e às pastorais de Curitiba e Região Metropolitana participaram, no dia 07 de setembro, da 13ª edição do Grito dos Excluídos, uma tradicional manifestação para denunciar todas as situações de exclusão e assinalar as possíveis saídas e alternativas. Neste ano o lema da atividade foi: “Isto não Vale! Queremos participação no destino da nação”, frase alusiva ao Plebiscito Popular que questiona a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, leiloada em 1997, durante o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (hoje presidente de honra do PSDB), por R$ 3,3 bilhões, aproximadamente 28 vezes menos do que seu real valor.
Nos últimos dois anos, os movimentos sociais da região realizaram o Grito dos Excluídos no Centro Cívico, depois – ou ao lado – do desfile militar/escolar. Na edição deste ano, os organizadores decidiram promover o ato novamente na periferia para provocar reflexões sobre as questões indígena e ambiental, além de denunciar a extrema miséria de comunidades situadas na divisa entre Curitiba e São José dos Pinhais. A concentração começou às 09h00, no Parque Metropolitano (próximo ao Portal de São José). Pouco tempo depois, os manifestantes saíram em marcha até uma comunidade que abriga cerca de 150 indígenas de diferentes etnias, com predominância dos Caingangues, ou Kanhgág, povo indígena originário do Sul do Brasil. Lá houve o primeiro ato, com dança típica e oração pela terra na língua Jê, dos Caingangues (tronco lingüístico Macro-Jê).
Em seguida, a passeata seguiu em direção às vilas Icaraí e União, ambas caracterizadas pela exclusão social imposta aos seus habitantes e pelo descaso das autoridades políticas para com aquela região. Ali novamente houve um ato, por volta das 13h00, que culminou no encerramento do 13º Grito dos Excluídos de Curitiba e Região Metropolitana.
Na avaliação de Deonisio Venceslau Schimidt, secretário de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, a manifestação deste ano foi mais expressiva. “Foi um excelente ato! Conseguimos reunir mais pessoas que nos últimos anos, o que comprova que os movimentos atenderam às convocações e estão cada vez mais mobilizados contra a exclusão social”, declarou.
O 13º Grito dos Excluídos no Paraná também foi realizado nas cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá e Paranavaí.
Fonte: CUT/PR