Quantas vidas podem ser colocadas em xeque em nome da reeleição de um prefeito?Aparentemente, Greca não está muito preocupado com essa conta. A única preocupação do desprefeito é agradar os empresários e uma parcela inconsequente da população que tem colocado os lucros acima da vida.
É assim que Greca simplesmente muda as regras no meio do jogo e coloca vidas de trabalhadores em risco. A gestão simplesmente burlou os próprios critérios técnicos para não entrar na bandeira laranja e poder manter o comércio aberto.
De uma hora para a outra, no dia 2 de outubro, a gestão mudou os critérios de um dos indicadores, que se refere à quantidade de leitos livres. De acordo com notícia publicada pelo portal Plural.jor, pelo critério que a própria gestão estabeleceu no início da pandemia, um número de leitos disponíveis inferior a 84 indicaria uma tendência à bandeira vermelha (compondo os demais critérios do cálculo).
Só que no início de outubro, sem mais nem menos, esse critério foi sorrateiramente alterado: segundo a nova regra, o número de leitos só passaria a apontar a bandeira vermelha com menos de 28 leitos disponíveis! Assim, a cidade continuou em bandeira amarela, com risco de não ter leitos para todos os trabalhadores que dependem do SUS, mas com empresários satisfeitos.
Claro, Greca não se incomoda em deixar os usuários do SUS desassistidos de leitos de hospital, porque afinal, quando ele precisa, tem à sua disposição leito e equipe dedicada. Enquanto muitos trabalhadores ficam sem a assistência que precisam.
E além de burlar a própria regra para reabrir o comércio, Greca altera as condições de atendimento do funcionalismo municipal e coloca os servidores em risco.
As escalas de rodízio para o trabalho presencial, que ajudavam a reduzir o contato e a evitar a propagação do vírus foram suspensas em setembro. Com isso, muitos servidores municipais estão trabalhando sem condições adequadas para cuidar da sua saúde. E o resultado é aquele já esperado: avanço da propagação do vírus entre servidores municipais que se contaminam em serviço.
Este mês, 11 servidores testaram positivo para o coronavírus no equipamento da Prefeitura localizado na Rua Solimões, que reúne setores da Secretaria Municipal de Esporte Lazer e Juventude (SMELJ), da Secretaria de Administração (SMAD) e da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP).
No cadastro técnico do Urbanismo no Edifício Delta, são dois novos casos na semana passada, após a suspensão do rodízio, e ainda mais dois casos suspeitos. E o pior: justo no momento em que o setor conta com casos ativos, os atendimentos presenciais ao público foram retomados.
O SISMUC já havia feito denúncia do descaso com a saúde dos trabalhadores nos dois locais. Os casos foram encaminhados ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e a gestão foi cobrada por meio de ofício para que tomasse as medidas de proteção aos trabalhadores, como teste em massa, revezamento entre os trabalhadores e afastamento imediato de casos confirmados ou suspeitos. Mas, mesmo com os vários casos confirmados, a gestão não tem realizado testagem em massa dos servidores.
Só que agora, novas denúncias mostram que o descaso da gestão com esses trabalhadores não mudou. A situação beira ao absurdo! Denúncia de servidor do local, inclusive aponta que um diretor de Obras Públicas e Obras de Drenagem (OPO) teria ido ao trabalho presencial mesmo após a confirmação de infecção pelo coronavírus.
Ou seja, a gestão Greca e suas chefias não seguem nem as suas próprias orientações. Estão colocando a vida de trabalhadores em risco. O seu plano de enfrentamento à pandemia é como tudo mais na sua gestão: uma verdadeira farsa!
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba
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