A multifuncionalidade é uma prática cada vez mais comum na prefeitura de Curitiba, que vem sendo di fundida em todas as áreas. Mas em nenhuma a situação é tão dramática quanto a dos trabalhadores polivalentes. Com um contingente de aproximadamente mil pessoas, estes profissionais, muitas vezes encanador, pedreiro, pintor, eletricista ou auxiliar de serviços, são os que mais acumularam atividades na prefeitura nos últimos 15 anos. Tudo porque, a partir da lei 11 mil, passou-se a cobrar que eles realizassem as mais diversas atividades profissionais, mesmo sem o conhecimento técnico para a função e sem a remuneração que se espera de uma carreira multifuncional.
"Eu fui contratado como encanador. Agora tenho que fazer trabalho de carpintaria, pintura e serviço elétrico. A gente está sendo exigido cada vez mais e não tenho o curso para estas outras funções", reclama o servidor polivalente Oséias Pereira da Cunha, que entrou para a prefeitura em 1987.
Reunião para organizar
O Sismuc está organizando os trabalhadores polivalentes a partir da reunião de um coletivo destes profissionais. O objetivo é montar uma pauta de reivindicações específica e lutar pela implantação de um novo plano de cargos, carreiras e salários para corrigir as distorções funcionais e valorizar os servidores. A primeira reunião do coletivo está marcada para o dia 21 de fevereiro. Todos os servidores polivalente estão convidados a participar. A atividade inicia 19 horas, na sede do Sismuc (rua Monsenhor Celso, 225, 9º andar).
Até 1991, os funcionários eram contratados sem a necessidade de concurso público. Com a lei 7.600/91, o regime de trabalho que era regido pela CLT passou a ser estatutário. A função de polivalente foi criada em 2004, com a aprovação da lei 11.000, durante a gestão de Cássio Taniguchi. Antes, os servidores eram contratados em suas respectivas atividades profissionais. A mudança também criou outra irregularidade, pois igualou as funções dos artífices com a dos auxiliares.